domingo, 3 de abril de 2011

Os nomes que ganham força em Porto Alegre

extraído da edição de ZH, de 03/04/11.

A pouco mais de um ano e meio das eleições municipais, Zero Hora apresenta a partir de hoje o cenário pré-eleitoral das cinco cidades de maior população do Rio Grande do Sul – quatro delas com a possibilidade de pleito em dois turnos.

De protagonista histórico das eleições a prefeito de Porto Alegre nas últimas duas décadas, o PT cogita exercer a condição de mero aliado – ainda que de peso – em 2012.

Pela primeira vez, o partido se vê sem candidato natural para disputar o Paço Municipal.

Escaldado por duas derrotas consecutivas e sem nomes que empolguem neste momento para uma candidatura própria, o PT está dividido em três grupos a um ano e meio da eleição. O maior ainda se agarra à tradição e defende que o PT encabece a chapa. O único pré-estabelecido desde já é o do vereador Adeli Sell (PT).

Uma segunda ala de petistas, que conta com a simpatia de líderes do PSB, está propensa a apoiar a deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B). Há uma terceira parcela, de menor expressão, que opta pelo apoio ao PDT do prefeito José Fortunati.

Com a possibilidade de pela primeira vez não terem candidatura própria, os petistas ponderam qual será a aliança mais segura. Se optarem por apoiar Fortunati – a possibilidade mais remota hoje –, consolidariam a base aliada de Tarso Genro no Piratini e surfariam na onda positiva que se instalou na Capital a partir das obras para a Copa do Mundo e do metrô. Mas esse caminho o afastaria de Manuela e do PSB, aliados de primeira hora.

A opção por Manuela seduz o PT. Além de poder reconduzir o partido ao Paço, ainda tiraria do caminho uma possível adversária à reeleição de Tarso em 2014.

– Acho que o PT tem legitimidade para ter candidato. Mas não posso negar que as relações com o PT estão em outro clima – diz Adalberto Frasson, presidente estadual do PC do B.

Fator Ana Amélia visto com cautela

Conversas em torno do apoio do PT a Manuela têm ocorrido informalmente. Quanto a Fortunati, antes de qualquer movimento, uma série de empecilhos teriam de ser removidos: ao assumir, o ex-vice de José Fogaça (PMDB) conservou a base que já estava na administração, o que inclui adversários considerados intragáveis pelo PT, como o PSDB. Egresso do próprio PT, Fortunati também teria de reconstruir relações arranhadas com a ex-sigla. Além disso, petistas temem que debilidades da gestão Fortunati traguem seu capital político e o tornem presa fácil.

– Muitas vezes, um governo cheio de obras para mostrar se dá mal nas urnas porque o lixeiro não passa – diz um líder petista.

Para o PDT, manter a aliança que acabou alçando Fortunati à prefeitura é o primeiro objetivo. A aliança com o PT levaria ao afastamento do PMDB, e o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr., é contra “substituições”. Um elemento novo no tabuleiro é a senadora Ana Amélia Lemos (PP). Em pesquisa do Instituto Methodus, ela apareceu bem colocada em todos cenários de que participa. O presidente do PP da Capital, Tarso Boelter, se disse surpreendido. Na sexta-feira, ela foi recebida no partido, e a pesquisa pautou os debates. A senadora refreou a euforia:

– Minha missão é servir ao partido no protagonismo das eleições municipais, no entanto, precisamos respeitar a realidade.

E seguiu, indicando que pretende capitalizar esse prestígio para o PP em todo o Estado:

– O fato de estar bem na pesquisa animou, não só os progressistas da Capital, mas também do Interior.

adriano.barcelos@zerohora.com.br
ADRIANO BARCELOS

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