domingo, 24 de abril de 2011

Fortunati mantém a base aliada de Fogaça

* extraído da página do Jornal do Comércio, de 24/04/11.



Sonho dos pedetistas, a aproximação com o PT de Porto Alegre é considerada cada vez mais remota
Marco Quintana/JC
José Fortunati trabalha para a reeleição em 2012.
José Fortunati trabalha para a reeleição em 2012.


Sem uma posição clara do PT municipal, que está no início das articulações para as eleições de 2012, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), tem trabalhado para manter o apoio de PMDB, PTB, PP, PPS e DEM, os aliados conquistados pelo seu sucessor, o peemedebista José Fogaça - que deixou o cargo para concorrer ao Palácio Piratini no ano passado.

Incentivado por lideranças pedetistas que viam na aliança com o PT uma possibilidade de viabilizar a reeleição, Fortunati projetou para o início deste ano alterações no primeiro escalão da prefeitura, que poderiam até mesmo incluir o ingresso de petistas no governo, em uma espécie de dobradinha com o governo do Estado e a presidência da República.

O plano era  que siglas que possuem projeto de candidatura própria ou que não têm interesse em apoiar o PDT na disputa municipal fossem desligadas. Mas, apesar do ingresso dos pedetistas no governo Tarso Genro (PT), a promessa de uma grande mudança no primeiro escalão não se consolidou; o pedetista optou por manter a maior parte dos nomes escolhidos por Fogaça e a aproximação com o PT de Porto Alegre hoje é considerada cada vez mais remota. Além das investidas do PCdoB, que já lançou a candidatura da deputada federal Manuela D’Ávila ao paço e tem a simpatia de parte do diretório municipal petista, o prefeito luta contra a rejeição da bancada do PT na Câmara Municipal. Na oposição, os petistas reforçaram as críticas à administração, que foi apelidada jocosamente de gestão “FoFo”, por conta das inicias do ex-prefeito e do atual chefe do Executivo.

Atualmente o PDT é o partido mais poderoso na administração, com o comando de oito pastas do Executivo. Caso a Câmara aprove a criação da Secretaria Especial dos Direitos Animais, a nova estrutura será coordenada pela primeira-dama, Regina Becker, também pedetista. O PMDB segue como o maior aliado, apesar do afastamento após a campanha ao Piratini. O partido viu com incômodo o desembarque em abril do ano passado do braço direito de Fogaça, o ex-secretário de Gestão Clóvis Magalhães, que foi substituído por Cezar Busatto (PMDB). Neste ano, a sigla revoltou-se com a saída do vereador Professor Garcia (PMDB) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). O diretório municipal mobilizou lideranças para discutir a participação no governo, porém, os prejuízos da derrota nas eleições de 2010 e a falta de um candidato natural para 2012 foram algumas das ponderações que mantiveram o PMDB no paço. Garcia deu espaço para o ex-deputado estadual Luiz Fernando Záchia (PMDB), que não se elegeu deputado federal e assumiu em fevereiro a Smam.

O presidente municipal dos peemedebistas, Sebastião Melo, diz que considera “natural” a reedição da aliança entre PMDB e PDT nas eleições de 2012, entretanto frisa que a decisão está nas mãos do atual prefeito. “Se Fortunati decidir manter essa aliança, que construiu vitórias e bons projetos para a cidade, acho natural o PMDB permanecer”, analisa. Melo sustenta que “o governo não é de um homem, é um conjunto de partidos e de lideranças”. O vereador peemedebista diz que entende o desejo de Fortunati de atrair o PT para o governo e garante que o PMDB não irá se envolver no tema. Para Melo, o pedetista tem dois objetivos com a aproximação com o PT: garantir apoio dos governos federal e estadual e dificultar a aliança em torno da candidatura de Manuela. “Não condeno, ele precisa dos governos do Estado e do País para fazer várias ações. E, no mínimo, age no sentido de o PT não jogar todas as suas cartas na Manuela”, opina o vereador, que acredita que se o PT ingressar na administração municipal “reconhece o bom governo”.

O ex-deputado estadual, Paulo Brum (PSDB), que não se elegeu deputado federal foi acomodado no governo, em fevereiro deste ano. Fortunati também reaproveitou integrantes do governo Yeda Crusius (PSDB), Ana Pellini e Edemar Tutikian. A atitude foi considerado por muitos um afago aos tucanos e uma indicação de fidelidade aos antigos aliados.



Nota do Ferreiro da Política - Tá na hora de cair a ficha de setores do PT, que ainda defendem uma aliança com o atual prefeito. É díficil acreditar que ele abandonará o leque de sustentação do seu governo para aventurar-se numa aliança com o PT, sabendo das dificuldades que as bases petistas terão para assimilar essa aliança.




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