terça-feira, 21 de junho de 2011

Boas notícias na economia brasileira

extraído do Blog Sul21, de 21/06/11.

Os indicadores econômicos divulgados ontem (20) são todos portadores de boas novas. Listados, a seguir, na ordem em que foram noticiados pela Agência Brasil, eles dão uma amostra da solidez da economia brasileira e do reconhecimento mundial desta condição: Pela sétima semana seguida, mercado reduz projeção para inflação oficial este ano; Analistas mantêm estimativas de crescimento da economia em 2011 e 2012; Agência de classificação de risco eleva nota do Brasil; Tombini: melhora da classificação do Brasil é reconhecimento da consistência da política econômica.
Contrariando a tendência em curso na maioria dos países ditos emergentes, como a Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda, há poucos anos tidos como exemplos da eficácia das políticas neoliberais e agora imersos em turbulências e crises, o Brasil “nada de braçada” e demonstra que o velho keynesianismo continua produzindo bons resultados.
Ainda que se possa criticar a política de juros do Banco Central e o fato de o saldo positivo da balança comercial se sustentar na exportação de produtos do setor primário da economia, é inegável que a opção de privilegiar o crescimento do mercado interno, por meio de políticas de aumento de renda dos setores populares, de facilitação de crédito de produção e consumo e, consequentemente, de maior acesso aos bens de consumo surtiu efeitos positivos.
A expansão do emprego formal tem sido recorde e contínua, produzindo uma alteração inédita na pirâmide social brasileira. O achatamento das chamadas classes E e D e o crescimento da classe C têm superado as expectativas mais otimistas dos analistas e vem quebrando a tradição histórica do país de o crescimento econômico ser acompanhado de altos índices de concentração de renda.
Se os primeiros meses do governo Dilma Rousseff foram de apreensão com a possibilidade do retorno da inflação e da perda do seu controle, gerando a necessidade de aperto nos gastos públicos e da revisão de investimentos, as evidências hoje vão em sentido contrário e, com isto, abrem-se, também, as expectativas sobre os próximos passos do governo. Já ficou claro que no plano político a presidenta assumiu efetivamente as rédeas de seu governo. Terá ela a mesma disposição para assumi-las no plano econômico?
Lula deu o primeiro passo, promovendo o acesso ao consumo e a melhoria das condições de vida da população de menor renda, mas não mexeu nas bases estruturais da economia brasileira. Dilma dará o passo seguinte, realizando as reformas que aprofundarão as mudanças e possibilitarão um desenvolvimento econômico equilibrado e sustentado?
A realização das reformas tributária e fiscal é promessa de campanha que ainda não enfrentada com o empenho necessário. Sem que se faça aqui uma lista demasiadamente extensa de reformas, é bom lembrar que nenhum país se desenvolve plenamente sem enfrentar a questão fundiária, sem construir uma burocracia pública de qualidade e eficiente e sem adotar políticas eficazes de saúde, educação e tecnologia. Tudo isto requer investimentos pesados e reformas profundas nas estruturas atualmente vigentes no país.

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