quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um novo horizonte se abre para o RS

extraído do Boletim PTSul de 07/10/11
PTSUL Informa
Uma nova cadeia produtiva está em plena consolidação no Rio Grande do Sul. De alto valor agregado, a cadeia do Polo Naval vem transformando, radicalmente, o cenário de estagnação da Metade Sul, a partir de investimentos públicos e privados superiores a US$ 26 bilhões.
Ao mesmo tempo em que oferece inúmeras oportunidades de negócios, a promissora indústria oceânica impõe grandes desafios aos gaúchos. A inserção na nova cadeia exige a superação de gargalos tecnológicos por parte das empresas e formação especializada dos trabalhadores.
O relatório final da Subcomissão do Polo Naval de Rio Grande, elaborado pelo deputado Alexandre Lindenmeyer, apresenta recomendações para aumentar a participação das indústrias gaúchas na cadeia de fornecedores do Polo e da Petrobras, garantindo que todas as regiões se integrem ao novo ciclo de desenvolvimento que se desenha a partir da Metade Sul.
Além disso, o documento propõe série ações para assegurar que o crescimento econômico seja acompanhado da elevação da qualidade de vida, distribuição de renda e preservação ambiental.
A recuperação da
indústria naval brasileira
PTSUL Informa
"Tudo que pode ser feito no Brasil,
tem que ser feito no Brasil"
Lula na campanha eleitoral 2002

Nos anos 70, a indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior do mundo. Nas décadas seguintes, no entanto, a atividade despencou. Em 2002, ocupava apenas 1900 trabalhadores em todo o País.
A partir do primeiro governo Lula, o setor ganhou um sopro de vida com a criação do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, cujo principal propósito foi colocar em prática o compromisso assumido por Lula na campanha: recuperar o setor naval e impulsionar a cadeia produtiva em bases competitivas e sustentáveis.
Na mesma época, a Petrobras confirmou a existência de jazidas de petróleo na camada do pré-sal localizada em águas territoriais brasileiras. A empresa estima um volume que pode chegar a 16 bilhões de barris de petróleo e gás só nas bacias de Santos e Campos, o suficiente para o Brasil dobrar suas reservas.
O desafio na extração deste volume levou a estatal a investir maciçamente na construção de novas plataformas, navios e embarcações. O porto de Rio Grande, que já era o segundo maior do Brasil em movimento de cargas, virou referência como polo naval a partir da montagem da plataforma P-53.
Investimentos chegarão
a US$ 26 bilhões
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De cidade portuária, Rio Grande passou à condição de um polo naval imprescindível para a Petrobrás. Com isso, centenas de novas empresas se instalaram na região, movimentando a economia local e gerando empregos.
Investimentos realizados pelos sete últimos governos
Investimentos em andamento
Construção de oito cascos pela empresa Ecovix em Rio Grande.
Investimento de US$ 4 bilhões
Construção de três plataformas pela empresa Quip.
Investimento de US$ 7 bilhões
Prolongamento dos molhes da barra em Rio Grande e São José do Norte.
Investimento de R$ 512 milhões
Aumento do calado do canal do porto de Rio Grande.
Investimento de R$ 196 milhões
Reconstrução de um quilômetro do cais do Porto Novo.
Investimento de R$ 133 milhões
Duplicação da BR-392.
Investimento de R$ 280 milhões
Terminal da Bunge.
Investimento de R$ 160 milhões
Investimentos previstos
Construção pelo Grupo Wilson Sons de um estaleiro em Rio Grande, ainda em 2011, para a construção de pequenas plataformas e médias embarcações. Investimento de R$ 180 milhões e geração de 1200 empregos diretos

Investimento de US$ 420 milhões em São José do Norte . O empreendimento da Estaleiros do Brasil deverá gerar 6 mil postos de trabalho direto e de 15 mil empregos indiretos.
Novas demandas
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Estudo da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) indica que o número de empregos gerados em função do Polo de Rio Grande superará a marca de 200 mil até 2014. A maior parte deles será decorrente do efeito-renda, ou seja, do consumo das famílias dos trabalhadores que fazem parte da cadeia produtiva da indústria naval.
O mesmo estudo estima que a construção de cascos e a
montagem de plataformas irão movimentar US$ 26 bilhões
e gerar 760 mil empregos diretos e indiretos no RS até 2024.
O crescimento acelerado vem acompanhado do aumento da demanda nas mais diversas áreas. O relatório da Subcomissão da Assembleia Legislativa recomenda uma série de ações para enfrentar os problemas gerados pelo novo ciclo de desenvolvimento.
Principais recomendações:
- Busca de novos investimentos na área habitacional
- Implantação do terminal de gás natural liquefeito
- Continuidade do projeto de trem de passageiros para ligar os municípios de Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande
- Recuperação da BR-101
- Término da duplicação da BR-392
- Construção do aeroporto regional
- Redução das tarifas de pedágio
- Melhoria do atendimento na travessia do canal entre Rio Grande e São José
- Construção de uma ponte ligando os dois municípios sem cobrança de pedágio
- Recuperação da BR-101
- Revisão da estrutura do Poder Judiciário na Região Sul. Transformação da Comarca de Rio Grande em entrância final
- Criação de um fórum específico com a participação de todos os órgãos e secretaria de governo, visando à racionalidade e à transversalidade na implantação das políticas que envolvam o Polo Naval
Com o Polo Naval, aumentam as oportunidades na educação
PTSUL Informa
Só nos últimos dois anos, a FURG contratou mais 200 professores e criou três novos cursos de Engenharia - Engenharia de Automação, Engenharia de Mecânica Naval e Engenharia Costeira Portuária - para dar conta da demanda gerada pela indústria naval. Líder em pesquisa em inovação voltada à atividades ligadas ao mar, a universidade oferece 24 cursos de graduação em áreas tecnológicas, 17 de mestrado e oito de doutorado.
Cursos gratuitos e bolsas para desempregados
O Plano Nacional de Qualificação Profissional do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), que tem o propósito de capacitar profissionais para o setor, deverá oferecer cerca 6700 vagas para o Rio Grande do Sul até 2014. Além dos cursos serem gratuitos, são oferecidas bolsas de R$ 300,00 a R$ 900,00 para alunos desempregados.
O programa envolve 80 instituições de ensino em todo o País e movimenta R$ 200 milhões por ano. Até 2010, o Prominp atendeu 78 mil trabalhadores em 15 estados.  Conforme o Ministério do Trabalho, 81% dos profissionais qualificados pelo programa estão integrados ao mercado formal.
Ampliação do ensino técnico e profissional
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) expandirá a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada em todo o Brasil. Estão previstas a instalação de mais 600 escolas nos próximos quatro anos.

Além disso, a Escola Técnica Aberta do Brasil (E-TEC) está sendo ampliada para atender mais 17 mil estudantes ainda neste ano. Por intermédio do programa, será acelerado o acordo firmado pelo governo com o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac) para a aplicação de dois terços dos recursos advindos do imposto sobre a folha de pagamento do trabalhador na oferta de cursos gratuitos. Dessa forma, as escolas dos Sistema S ofertarão cursos de formação inicial e continuada para os favorecidos pelo seguro desemprego e pelos programas de inclusão produtiva, como o Bolsa Família.
O esforço para a inserção
das empresas gaúchas
na nova cadeia produtiva
PTSUL Informa
O Polo Naval de Rio Grande abriu enormes oportunidades de expansão, não apenas para os municípios da Metade Sul, mas para todo o estado. Hoje, das cinco mil empresas fornecedoras de insumos do polo, pouco mais de 100 são do Rio Grande do Sul. O mesmo ocorre na cadeia dos fornecedores da Petrobras. No máximo, 3% dos produtos e serviços utilizados pela estatal provêm de empresas gaúchas.

A indústria metal-mecânica, por exemplo, pode aproveitar a porta aberta pelo Polo Naval para ingressar em novos mercados. Até 2014, a Petrobras deverá investir US$ 224 bilhões, quase o triplo do que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) pretende aplicar no mesmo período. Além disso, a estatal tem dado preferência aos fornecedores nacionais, superando a escala exigida pelos atuais contratos de concessão.
Um dos principais desafios do governo Tarso é garantir ao Rio Grande do Sul o seu quinhão na exploração do pré-sal. Nos primeiros meses de governo, criou diversos instrumentos para enfrentar o déficit tecnológico das empresas, principal obstáculo à inserção na nova cadeia produtiva.
Parque Científico e Tecnológico do Mar
O Parque Tecnológico do Mar, cujo projeto já foi finalizado, irá atrair empresas focadas no desenvolvimento de tecnologias voltadas à construção de embarcações e plataformas ambientalmente sustentáveis; no desenvolvimento de tecnologias associadas à construção de estruturas (arquitetura e engenharia) para exploração petrolífera; no desenvolvimento de equipamentos, tecnologias e estruturas destinadas à exploração energética de ondas, marés e correntes marinhas; no desenvolvimento de soluções logísticas e no desenvolvimento de fármacos, bioenergia e suplementos alimentares.
Governo muda Fundopem
para incentivar inovação e pesquisa
Em abril deste ano, o governo do Estado alterou a legislação do Fundo Operação Empresa (Fundopem) para incentivar a cadeia do Polo Naval e melhorar os indicadores socioeconômicos da Metade Sul.
Empresas da Metade Sul
Empresas da região que se dedicam à pesquisa poderão financiar até 100% do investimento fixo (ICMS incremental devido) e 100% das despesas com salários por 24 meses.
Empresas de outras regiões ligadas ao Polo Naval
Já para a implantação de centros de pesquisa em outras regiões do estado, o financiamento poderá chegar a 75% do ICMS, desde que estejam integrados à cadeias produtivas consideradas estratégicas, como o caso do Polo Naval. Também poderão financiar por dois anos as despesas com pessoal.
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