Fenômeno

O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrará seu governo com o melhor índice de popularidade, entre todos os presidentes eleitos no país pelo voto direto, na atual fase de nossa democracia.

Segundo, a última pesquisa Datafolha, o índice de aprovação popular de Lula é de 83%. Só para lembrar, seu antecessor terminou seus oito anos de governo com 26% de aprovação.

Combinando-se a aprovação de Lula e a eleição de Dilma, não podemos negar que estamos diante de um fenômeno.

Mais ainda, se lembrarmos pela forma preconceituosa como foi tratado por parte da imprensa e da elite brasileira. Não podemos esquecer, que durante os oito anos de seu mandato, foi tratado como analfabeto, bêbado, chefe de quadrilha, corrupto entre outros apanágios.

Provavelmente, só daqui há alguns anos poderemos ter a exata noção de seu papel e da importância de seu governo para o país.

Passado o Terromoto

Agora, passados quatro dias da catastrófica apresentação do Internacional nos Emirados Árabes, quando da derrota por 2 a zero para os africanos do Mazembe, é possível fazer-se um comentário, pois a distância dos fatos ameniza e da mais tranquilidade para a avaliação.

Uma derrota nunca é boa, mas deve trazer lições. 

E a principal lição, para mim, é que a culpa principal da derrota é do grupo dirigente do Clube. Ou melhor, provou que este grupo dirigente que está no comando do Inter a mais de 10 anos, não é infalível e nem sabem tudo. Aliás, pecam pela soberba. 

Não basta culpar o técnico Celso Roth, pois, o planejamento não foi só dele. As apostas e contratações em alguns jogadores são da Direção e permitiram que o Inter perdesse um semestre apostando em Edu e Alecssandro, por exemplo.

Por fim, o Inter tem menos de trinta dias para a renovação do grupo para buscar o tri da Libertadores. Isto, é mais importante do que trocar  ou não o técnico. 

"Lavanderia de Vereadores"

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre, vivenciou, na quarta-feira a tarde, um espetáculo dantesco. Dois Vereadores do PDT, partido do atual Prefeito, foram à tribuna para uma troca de acusações sobre as suas respectivas gestões na Secretaria Municipal de Juventude.

Juliana Brizola e Mauro Zacher trouxeram a público denúncias de mal-versação de recursos públicos, naquela Secretaria, corrupção, desvio de salários.

O "elogio, mútuo, mais leve, foi "CHEFE DE QUADRILHA". Os dois Vereadores pediram que fosse instalada uma CPI para investigação.

Entretanto, parece que mais uma vez será engavetada por questões burocráticas e formais. Mas, será que, além da CPI, não cabe uma abertura de processo por falta de decoro contra ambos.

Além da providencial troca de Secretário, já realizada pelo atual Prefeito, cabe uma profunda revisão do papel e do funcionamento da Secretaria, pois, a muito tempo, ela está sobre investigação.

Parece que o caminho do atual Prefeito, para uma tentativa de reeleição em 2012, será bem tortuoso.

Porto Alegre: Alterações nos índices construtivos geram polêmica - I

A leitura, menos atenta, da postagem anterior(extraída do site sul21) pode confundir o leitor. Ao ver a postura dos Ver. Beto Moechs(PP) e Adeli Sell(PT), algum(a) desavisado(a) leitor(a) poderá entender que as posições são invertidas. Isto é , o Ver. Beto Moesch, ligado ao setores de oposição, e o Ver. Adeli da base governista e ligado aos setores conservadores da cidade.

Ora, justificar seu voto por que a Cidade é dinâmica e o Plano Diretor tem suas insuficiências, como faz o vereador petista, é tautologia e tergiversação.

Evidentemente, que uma cidade que se pretendente metrópole é mutável e mutante, se renovando a cada dia. Mas, não é menos verdade que esta renovação tem que ser regrada, para que não vingue a lei do "mais forte", ou seja dos interesses econômicos e financeiros dos poderosos e especuladores.

O Plano Diretor, recém editado, pode ter suas lacunas e se for necessário revisado imediatamente. Mas, não pode ser violado e superado, apenas, para atender os interesses daqueles que querem cada vez mais construir prédios e "concretar a cidade". E veja-se que não é apenas o caso do projeto aprovado nessa semana, mas, também, o caso da intenção de vender o Morro Santa Tereza, da pretendida construção no Pontal do Estaleiro e no Cais do Porto, entre outros.

Por fim, até é possível apresentar a ampliação do Hospital Mãe de Deus como uma necessidade e realidade. Entretanto, valer-se do Beneficência Portuguesa que enfreta uma crise permanente não é crível.

Porto Alegre: Alterações nos índices construtivos geram polêmica*

Felipe Prestes
*publicado originalmente no site sul21.

Sob o pretexto da Copa do Mundo, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou projeto de lei complementar que eleva os índices construtivos para reformas e ampliações em diversos empreendimentos, como shopping centers, hotéis e centros de eventos até o final de 2012. Aumenta os índices também em hospitais, escolas, clubes e, até, em igrejas. O projeto foi enviado pelo Executivo em regime de urgência à Câmara e aprovado sem que houvesse ampla discussão. Assim, a polêmica começou com o projeto já aprovado.

O vereador Beto Moesch (PP) diz que foi “pego de surpresa” com a votação do projeto. “Não conseguimos nem estudar o projeto. Veio em regime de urgência, fui conseguir debater isto só no plenário, no dia da votação”, afirma. Moesch reclama também que seria necessária a realização de audiência pública para debater o projeto, o que não ocorreu. “Pela lei orgânica do Município todo projeto de lei que traz significativos impactos para a cidade deve ser precedido por audiência pública”.

O vereador é um crítico do que chama de “casuísmos” no planejamento urbano de Porto Alegre. Moesch lista vários projetos aprovados pela Câmara que fazem com que empreendimentos possam destoar das regras específicas para a região em que se localizam. “Isso é muito ruim para o desenvolvimento e o planejamento da cidade. Causa impactos ambientais e injustiças. Um empreendimento passa a poder mais que o outro”, diz. Para Moesch, alterações como a aprovada nesta semana deveriam ter sido incluídas na discussão sobre o Plano Diretor, já que um novo plano está em vigor pouco mais de um mês.

O vereador Adeli Sell (PT) votou a favor do projeto de lei complementar, mas reconhece que houve pouco tempo para discussão. Entretanto, acredita que as discussões que envolvem a preparação da cidade para a Copa do Mundo exigem rapidez. “Foi (encaminhado com rapidez). Mas às vezes temos que discutir as coisas e fazer. Na questão da Copa do Mundo nós temos que pensar as coisas com agilidade e fazer. Senão não tem Copa do Mundo, senão as coisas não vão acontecer como devem acontecer”.

Sell também concorda com Moesch que a discussão poderia ter sido feita durante o debate sobre o Plano Diretor, mas minimiza esta questão. “Não sou favorável em princípio (a aprovar mudanças urbanísticas de forma isolada), mas a vida é dinâmica. A cidade se modifica”. O vereador também justifica a votação da matéria porque acredita que o novo Plano Diretor apresenta muitos defeitos. “Não é um plano diretor bom, está cheio de lacunas, cheio de problemas, porque em Porto Alegre, infelizmente, tudo vira Gre-Nal político”.

Impactos

O vereador Beto Moesch afirma que vários impactos ao meio-ambiente podem ser causados pela ampliação de áreas construídas para cima ou para os lados. “É menos penetração do sol, menos circulação de ar, menos área livre para o solo absorver a água. A paisagem da cidade também muda: estes locais ficam diferentes de seu entorno. É o não-planejamento”. O resultado, segundo ele, é que a cidade fica mais quente pela formação de ilhas de calor, há mais alagamentos e mais engarrafamentos. Moesch questiona a necessidade de reformas e ampliações visando a Copa do Mundo. “A cidade também precisa para a Copa do Mundo de mais sol, menos calor, mais circulação do ar, menos alagamentos, menos impacto para o trânsito”.

Adeli Sell aposta que o impacto será pequeno. Ele afirma que a lei está focada no turismo de negócios e que beneficiará, sobretudo, hospitais. “Acredito que nenhum shopping center conseguirá fazer ampliação. O (hospital) Mãe de Deus será ampliado, o Beneficência Portuguesa também poderá ser e Porto Alegre está precisando de maiores centros de eventos. A lei é focada no turismo de negócios. No dia 31 de dezembro de 2012 nos vamos verificar o que aconteceu. Acho que não vai ocorrer nenhuma tragédia”.

Mais uma vez a COPA 2014

Na sessão de quarta-feira, da Câmara de Porto Alegre, os Vereadores apreciaram e aprovaram mais um projeto do Executivo Municipal. Tratava-se do Projeto de Lei Complementar nº 10/2010, que eleva os índices construtivos em 30%, 40% ou em até em mais de 100% dos centros comerciais, shopping centers, hotéis, apart-hotéis, centros esportivos, escolas e até igrejas que realizarem ampliações de suas atuais instalações. Essa benesse poderá ser usufruída até dezembro de 2012.

Tais vantagens constrututivas são semelhantes as concedidas ao Internacional e ao Grêmio, quando da aprovação dos projetos envolvendo a reforma/construção de seus estádios para a Copa do Mundo.

Aliás, a COPA 2014, foi o principal argumento à concessão desse "incentivo", o qual altera e desrespeita o Plano Diretor aprovado no ano passado.

A pergunta que não quer calar:

QUANTOS "INCENTIVOS" E DESRESPEITOS A SOCIEDADE SERÃO COMETIDOS EM NOME DA COPA 2014?