sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Intensifica-se o debate no Partido dos Trabalhadores


O debate interno no PT, sobre as eleições de 2012, intensifica-se. As tendências internas começam a definir suas estratégias para o pleito. As correnets políticas que defendem a CANDIDATURA PRÓPRIA  - DS, MPT, AE, PT AMPLO, ED - estão organizando ações e atividades para consolidarem esta posição.
Para tanto,  lançaram um adesivo( reproduzido abaixo) onde reafirmam o COMPROMISSO COM PORTO ALEGRE e a disposição de votar 13.






Investir em obras é dizer não à crise internacional, diz Dilma

extraído da páginda do Correio do Povo, em 16/09/11

Presidente visitou as obras do estádio Mineirão em Belo Horizonte

Dilma visitou obras em Minas Gerais ao lado de Pelé<br /><b>Crédito: </b> Roberto Stuckert Filho / PR / CP
Dilma visitou obras em Minas Gerais ao lado de Pelé
Crédito: Roberto Stuckert Filho / PR / CP
 

A 100 dias da Copa do Mundo de 2014 a presidente Dilma Rousseff inspecionou nesta sexta, em Belo Horizonte, as obras do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, que irá sediar um dos jogos do Mundial. Ela também visitou obras para melhorar os meios de transporte e o trânsito na cidade.

Dilma destacou que as obras de infraestrutura para a Copa estimulam o país a manter o ritmo de crescimento. “Continuar investindo de forma pesada em obras de infraestrutura é parte da nossa estratégia para garantir que o Brasil mantenha o desenvolvimento em ritmo adequado, de dizer não à crise internacional”, disse no discurso.

Durante a cerimônia, a presidente anunciou o repasse de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades em Belo Horizonte no valor de R$ 3,16 bilhões, sendo R$ 1,14 bilhão de contrapartida estadual e municipal. Os investimentos serão usados na implantação e revitalização de linhas do metrô de Belo Horizonte, na implantação de terminais metropolitanos em sete municípios da região, e na complementação do Complexo da Lagoinha.

Ao lado de Pelé, embaixador honorário da Copa, que também participou da visita a Belo Horizonte, Dilma lembrou que os dois são mineiros e que comemora os mil dias para Mundial com um especialista em mil, já que Pelé fez 1.280 gols ao longo de sua carreira.

Os operários que trabalham nas obras do Mineirão fazem uma paralisação, mas o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, disse durante o discurso que as obras do estádio, bem como as demais para a Copa, estão “rigorosamente no prazo”.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ipea: cerca de 26 milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 2009

Da Redação do Blog Sul 21, em 15/09/11.

A desigualdade de distribuição de renda no Brasil diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28% entre 2004 e 2009. No período, cerca de 26 milhões deixaram a pobreza. Os dados constam do comunicado Mudanças Recentes na Pobreza Brasileira, divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o documento, o percentual de pessoas com renda mensal igual ou maior do que um salário mínimo per capita – consideradas não pobres – subiu de 29% para 42%. Isso significa que o número de pessoas dessa faixa aumentou de 51,3 milhões para 77,9 milhões no período. Na época do levantamento dos dados, o salário mínimo estava em R$ 465.
Já a camada considerada pobre, classificação que se refere a famílias com renda per capita, à época, entre R$ 67 e R$ 134, diminuiu de 28 milhões para 18 milhões de pessoas ao longo do período. Os extremamente pobres, com renda per capita inferior a R$ 67, caíram de 15 milhões para 9 milhões.
“O crescimento da renda e a diminuição das desigualdades foram bastante significativos”, avalia o pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea Rafael Guerreiro Osório. “O grande estrato que cresce na população é o de não pobres. É uma diferença de 26 milhões de pessoas”, completou.
Uma das conclusões destacadas pelo pesquisador é que, apesar de bastante abrangente, o Programa Bolsa Família não garante a ascensão social de seus beneficiados. “Embora seja uma cobertura muito abrangente para as famílias extremamente pobres ou pobres, os valores transferidos pelo programa são muito baixos. Com isso, nenhuma família sai desses estratos por causa dessas transferências. Para que isso aconteça, é fundamental que elas tenham uma outra fonte de renda, ainda que de algum trabalho precário”, destacou Osório.
Ele acrescentou que um estudo do Ipea mostra que, dobrando o orçamento do Bolsa Família destinado às pessoas já atendidas, “seria possível levar a pobreza extrema do país para níveis bem baixos”, podendo inclusive chegar à meta de erradicar a miséria no Brasil. “Em valores, isso corresponde a aumentar de R$ 12 bilhões para R$ 26 bilhões o orçamento destinado ao programa.”
“Cada vez menos a pobreza é determinada pela baixa remuneração ao trabalho, e cada vez mais é determinada pela desconexão do trabalho”, acrescentou o pesquisador. Segundo ele, 29% das famílias extremamente pobres não têm nenhuma conexão com o mercado de trabalho.
Entre os pobres, esse percentual é 10%, o mesmo índice identificado na população considerada vulnerável. Na camada de não pobres, o índice cai para 6%. “A explicação para o fato de haver um índice de 6% para famílias não pobres sem conexão com o mercado de trabalho é a Previdência Social”, justificou Osório, ao citar benefícios como a aposentadoria.

Com informações da Agência Brasil

Damião e Lambreta

Uma análise sobre a pesquisa e o cenário eleitoral em Porto Alegre 2012

 
postado no blog Contraversando
 
por André Rosa
 
 
 
Pesquisas eleitorais sempre mostram o comportamento do eleitor num determinado momento. Por isso, sempre devem ser relativizadas, ser um dos elementos de qualquer análise e não a análise propriamente dita. Ainda mais quando ela é feita a mais de um ano antes da eleição. Geralmente, neste cenário, devido a distância de tempo dela com relação ao processo eleitoral, ela é absolutamente inconclusiva. Tese que se comprova ao analisarmos qualquer um dos últimos cenários eleitorais no RS e no Brasil. Nos últimos pleitos, pesquisas realizadas a um ano antes da eleição indicaram o favoritismo de um candidato ou candidata que acabou não se confirmando logo adiante. Há inclusive casos de candidatos ou candidatas aparecerem nestas pesquisas com patamares abaixo de 5% das intenções de voto que acabaram por vencer pleitos eleitorais.

No entanto, arrisco tecer alguns comentários, ainda que preliminares acerca do resultado da pesquisa divulgada no último domingo (11/09) sobre as eleições de Porto Alegre:

1 - Não é possível afirmar que a candidatura melhor colocada na pesquisa é favorita para vencer o pleito. A diferença apontada com relação ao segundo colocado oscila entre 2 e 6 pontos percentuais, quando a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

2 - O segundo colocado é justamente o atual prefeito, o qual, segundo a pesquisa, teria 69% de aprovação dos entrevistados. O mesmo também lidera a intenção de voto espontânea e sua rejeição está abaixo da candidatura melhor colocada.

3 - Os dois primeiros colocados na maioria dos cenários já anunciaram suas candidaturas há tempos, o que, evidentemente, faz com que sejam melhor visualizados pelos entrevistados.

4 - Mesmo não tendo candidatura definida e um processo de debates em curso que considera inclusive a possibilidade de compor aliança com um dos primeiros colocados, o PT aparece muito bem no cenário eleitoral. A ministra Maria do Rosário, que deve continuar no comando da Secretaria de Direitos Humanos do governo Dilma, aparece com 15% das intenções de voto. O ex-prefeito e deputado estadual Raul Pont aparece com 10% e o vereador Adeli Sell com 1%. Na espontânea, nomes do PT somados aparecem com 7%.

5 - Com relação ao PMDB, que também não definiu suas estratégia eleitoral para 2012, o cenário é diferente. Caso tenha candidatura, os nomes colocados não ultrapassam 1% das intenções de voto.

6 - As candidaturas de DEM e PSDB tendem a ser coadjuvantes no processo eleitoral.

7 - 56% dos entrevistados sequer indicaram um candidato ou candidata de sua preferência. Mesmo podendo apontar até nomes alheios ao processo eleitoral.

Diante do cenário colocado, tendo como um dos seus objetos de análise a recente pesquisa, é possível afirmar que é fundamental para o PT apresentar candidatura à Prefeitura de Porto Alegre em 2012. Aparentemente, além da sua militância, parcela significativa da população espera isso do partido. Caso opte por não ter candidatura própria em 2012, o PT correrá o risco de ver diminuir sua bancada no legislativo municipal e de seus espaços nos movimentos sociais e populares. Por consequência acabará por abrir mão de ser protagonista na discussão sobre qual Porto Alegre teremos no futuro, debate que vai muito além do processo eleitoral que se realizará no próximo ano.
 
postado por André Rosa

terça-feira, 13 de setembro de 2011

“Conversa com a Presidenta”

"Agora não são os pobres que vão atrás do Estado, é o Estado que vai aonde os pobres estão"

por Secom, no Blog Em Questão do Dia.

Achei louvável a iniciativa de lançar o Brasil sem Miséria, mas não entendi como se dará a Busca Ativa. A senhora pode explicar? - Luíza Valente Schwartskopf, 29 anos, estudante de Ciências Sociais em Araras (SP)
Presidenta – Luíza, há uma frase que resume bem a ideia da Busca Ativa: "Agora não são os pobres que vão atrás do Estado, é o Estado que vai aonde os pobres estão". Ainda há um grande número de pessoas e famílias no Brasil que deveriam ser atendidas, mas que ainda não têm acesso às políticas públicas. São as que estão em situação muito precária ou que moram em regiões isoladas e não têm conhecimento de todos os seus direitos. A Busca Ativa significa que a União, em parceria com estados e municípios, está assumindo a responsabilidade de buscar estas pessoas. Nos municípios, as secretarias de Assistência Social, gestoras do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), são responsáveis por coordenar e articular essa busca. Para apoiar, o Ministério do Desenvolvimento Social colocará à disposição dos municípios mapas de pobreza detalhados, feitos com base nos dados do Censo de 2010. Os agentes das prefeituras poderão visualizar as áreas de maior concentração de famílias com renda mensal de no máximo R$ 70,00 por pessoa e identificar a população a ser atendida. Conforme o perfil destas famílias, podemos incluí-las no Bolsa Família, no Benefício de Prestação Continuada ou, ainda, garantir o acesso a benefícios da Previdência Social. Além de assegurar renda, vamos identificar quais as carências destas famílias, para dar também acesso a assistência social, educação, saúde, energia elétrica, água e esgoto, além de oferecer oportunidades de qualificação profissional e de trabalho.
Podemos acreditar que a BR-381 será duplicada no seu governo? - Pedro Macedo de Aguiar, 69 anos, engenheiro em Governador Valadares (MG)
Presidenta – Estamos trabalhando para iniciar as obras em 2012 e concluir em 2015. A BR-381 estava incluída no processo de concessão de rodovias federais, mas nós reavaliamos e entendemos que o mais indicado será realizar a duplicação como obra pública. Por isto, incluímos a duplicação da rodovia, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no PAC. Esta é uma obra extensa, Pedro, cujas intervenções foram divididas em 8 lotes, nos quais haverá ações de duplicação e adequação da capacidade em 303 km. Há também outros 2 lotes, que somam 38,6 km, relativos à construção de uma variante em Santa Bárbara. A numeração tem início em Governador Valadares (lote 1) e término em Belo Horizonte (lote 8). Os projetos que embasarão as obras na rodovia estão em andamento e espera-se que os projetos executivos sejam concluídos entre outubro (lotes 7 e 8) e fevereiro de 2012. O Ministério dos Transportes está trabalhando para que os dois trechos da saída de Belo Horizonte, que são os mais críticos, entrem em licitação até o final do ano. Todos os lotes estarão em obras até meados de 2012.
Como a questão da febre aftosa é tratada pelo governo federal? Já tivemos inúmeros casos de produtores que perderam todo o seu rebanho. - Erno Walter Schmidt, 55 anos, agricultor em Navegantes (SC)
Presidenta – Nossa situação em relação ao assunto é confortável, Erno, mas não podemos afrouxar o controle, pois trata-se de uma doença altamente contagiosa e que causa severas perdas econômicas. O governo federal dispõe do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, que visa à implantação progressiva de zonas livres de febre aftosa, com e sem vacinação, reconhecidas internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal. A implantação dessas zonas livres começou em 1998, no seu estado, Santa Catarina, e no Rio Grande do Sul. Hoje, temos o território de Santa Catarina com status de livre de febre aftosa sem vacinação e todo o território de 15 estados e parte de outros 2 estados livres da doença com vacinação. As zonas livres representam 60% do território nacional e concentram 90% do rebanho bovino e de búfalos e 94% do rebanho suídeo (porcos e javalis). O governo federal tem priorizado as regiões Norte e Nordeste para ampliar a zona livre de febre aftosa com vacinação. Estamos também fortalecendo os mecanismos de prevenção da doença, de forma a permitir o avanço da zona livre de febre aftosa sem vacinação. E temos apoiado outros países da América do Sul em seus programas de erradicação da doença, para reduzir as ameaças de recontaminação de nossas zonas livres através das fronteiras.
A coluna semanal “Conversa com a Presidenta” é o espaço onde a presidenta Dilma Rousseff responde perguntas enviadas por leitores de todo o País

Dilma é Dilma, Lula é Lula


Por Maria Inês Nassif *


O talento de Luiz Inácio Lula da Silva para lidar com as multidões; sua expertise em diálogo, adquirida nas mesas de negociação com os patrões como sindicalista; a ascendência sobre o PT, por ter sido, desde a criação do partido, a ligação entre os quadros de esquerda e as massas; e até um tendência ao pragmatismo acabaram concentrando todos os elementos de governabilidade em suas mãos, nos seus dois mandatos (2002-2010).
O carisma e o talento político, e algumas apostas bem sucedidas – que permitiram a inclusão de grandes contingentes pobres à sociedade de consumo – se sobrepuseram a condições extremamente desfavoráveis do seu mandato. Lula lidava com uma elite política rachada ao meio: na base de apoio, tinha que lidar com a política de clientela de partidos tradicionais, à direita ou ao centro; na oposição, com um udenismo que tinha grande potencial de instabilização do regime. Sem fazer o governo dos sonhos da esquerda de seu partido ou dos movimentos sociais, a guinada à direita do PSDB e o “lulismo” das bases acabaram limitando a ação dos grupos mais radicais. Seu vínculo com a CUT também neutralizou o movimento sindical.
Todo o temor dos setores de centro-esquerda nas eleições do ano passado residia no fato de a candidata ungida por Lula, Dilma Rousseff, não ter as mesmas qualidades. A presidenta eleita não tem vínculos históricos com o PT ou com os movimentos sociais, não tem prática de negociação – nem no movimento sindical, nem com os partidos políticos – e não é uma líder popular. Os primeiros nove meses de governo, todavia, mostram que, em alguns casos, ela transformou suas desvantagens em vantagens. Depois de oito anos de governo de um líder político como Lula, era obrigatória a reautonomização dos partidos e dos movimentos sociais.
A crise política e a radicalização à direita do PSDB e do PFL juntaram esses atores em torno de Lula. O governo Dilma acena para uma certa organização da vida institucional, pelo menos no que se refere às forças que deram apoio orgânico à sua candidatura. A disputa política tende a ser menor no cenário institucional e se desloca para a sociedade. Governo vira governo, partido vira partido, movimento sindical vira movimento sindical e movimentos sociais viram movimentos sociais.
O Congresso do PT, realizado no início de junho, é um exemplo. O partido saiu da toca e construiu sua própria agenda política, com itens que o governo não necessariamente assumirá, como a regulamentação da mídia. A reforma política, se comove governo e partido, está nas mãos do partido: a opinião pública precisa estar convencida disso e a luta se dá no Legislativo, entre os partidos políticos. A CUT reassumiu a bandeira da redução da jornada de trabalho sem o correspodente corte em salários. O MST aproveitou uma evidente preferência do governo por medidas destinadas ao incentivo da produção na propriedade familiar, tem sido ouvido nas suas reivindicações por crédito e tecnologia para assentados e deve colocar a reforma agrária no campo de luta social (até hoje não foi feita nenhuma desapropriação para fins de reforma agrária no governo Dilma).
Sem grandes vínculos com o partido e com os movimentos sociais historicamente ligados a Lula, Dilma tem gasto mais tempo com eles do que seu antecessor. O ex-presidente entendia esses setores como uma extensão de seu mandato. E tinha o “lulismo” como amortecedor de demandas mais radicais. Desde o episódio dos “aloprados” — em 2006, a Polícia Federal deu flagrante em petistas que tentavam comprar um dossiê contra o candidato ao governo pelo PSD, José Serra – , Lula botou a direção do PT na geladeira. O deputado Ricardo Berzoini, então presidente do partido, amargou o desgaste do episódio junto ao governo até o fim de seu mandato na presidência do PT. Quando José Eduardo Dutra, quadro da confiança de Lula, assumiu a presidência petista, a campanha eleitoral já estava em andamento. O PT se concentrou nas eleições; Lula, no governo e nas eleições.
Com uma composição muito elástica da base parlamentar, Lula evitou conversar diretamente com os movimentos sociais. O que garantiu um certo controle sobre os movimentos mais radicais foi a radicalização à direita da oposição. Não havia interesse desses setores me enfraquecer o governo, depois de terem sofrido um período negro de criminalização nos governos tucanos. A CUT também perdeu o poder de ação, embora os trabalhadores do setor público tenham mantido alguma militância.
Dilma devolveu poder à direção do PT, ao abrir um contato direto com o atual presidente da agremiação, Rui Falcão. Abriu sua agenda para políticos. E, além de ter conversado pessoalmente com líderes de movimentos sociais, manteve o canal aberto com esses setores via Gilberto Carvalho, nomeado secretário-geral, que tem um diálogo inquestionável com eles.
O racha do DEM, o PSD, também foi um grande presente para a presidenta. Com uma base parlamentar muito grande, os pequenos partidos de direita tendem a ser neutralizados com os novos integrantes da base. O governo também pode se dar ao luxo de abrir mão de parte dos votos do PMDB para aprovar matérias de seu interesse. Tanto é assim que a presidenta tem feito as mudanças no Ministério a cada escândalo, devolvendo aos partidos da base o ônus pelo desgaste dos malfeitos dos titulares das pastas por eles indicados.
É certo que muita água vai correr debaixo da ponte até terminar o primeiro mandato de Dilma – e mais água ainda se ela conseguir a reeleição. Mas o fato é que os primeiros meses de seu governo mostram que Dilma é Dilma e Lula é Lula. Cada um lida com as dificuldades de governo com as qualidades que possui.
* Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo.