Publicado no Correio do Brasil, em 3/9/2011
- Uma herança é pouco, é como se fosse aquelas camadas que
fundamentam o solo e que garantem que as pedras tenham vários graus de
solidez. Eu estou firmada sobre uma pedra muito sólida – discursou Dilma durante o 4º Congresso Nacional do PT.
- Não é herança porque eu ajudei a construir essa pedra, eu estava
lá. Os erros e acertos dela são meus erros e meus acertos – acrescentou
Dilma, pouco antes de criticar a imprensa por, segundo ela, tentar
caracterizar o legado de Lula como “herança que não é bendita.”
Aliás, as críticas à mídia foram um ponto comum nos discursos de
Dilma, Lula – que se disse vítima de “mentiras”- e do presidente do
partido, Rui Falcão, que acusou a “imprensa marrom” de “caluniar,
injuriar ou difamar” políticos do partido.
A presidente contestou ainda as alegações de que não teria habilidade
política suficiente para exercer a Presidência. A avaliação é feita,
inclusive, por alguns aliados, que alegam inabilidade da presidente na
condução política do governo, mas foi creditada por Dilma à oposição.
- Especulam sobre a minha suposta inapetência política de que eu
sempre fui uma gerente tecnocrata muito despreparada para o exercício da
Presidência – disse.
- Eles (oposição) esquecem o fato que tenho muito orgulho de ter (feito política), quando era muito difícil fazer política no Brasil,
porque dava cadeia e morte – disse Dilma, lembrando os tempos em que
foi militante na ditadura, arrancando aplausos dos quase 2 mil petistas.
O 4º Congresso do PT segue até domingo e vai aprovar uma nova
resolução nacional para a legenda e discutir a reforma do estatuto do
partido.
Um dos principais pontos da resolução que deve ser aprovada no
domingo diz que “a questão dos juros e do câmbio precisa ser enfrentada
com medidas mais ousadas. O câmbio elevado é uma ameaça à economia
brasileira, que exigirá no curto prazo medidas de forte impacto”,
segundo texto obtido pela agência inglesa de notícias Reuters.
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