extraído do Blog Correio do Brasil em 1/9/2011
Por Blog do Miro
Foi desastrosa a participação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) na
audiência pública do Senado Federal, realizada nesta terça-feira, 31,
para ouvir o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre o Plano
Nacional de Banda Larga.Disposto a confrontar Bernardo sobre o uso do
avião “King Air” de propriedade da Sanches Tripoloni, empreiteira que
executa o Contorno Norte de Maringá (PR), Álvaro Dias perguntou se no dia
10 de fevereiro de 2011 o ministro teria usado a aeronave para ir a
Feira Agropecuária de Cascavel.— Não, senador Álvaro, não estive na
Feira de Cascavel neste ano, até me convidaram, lamentei muito não ter
condições de ir — disse Bernardo, acrescentando que esteve lá no ano
anterior. — É isso, 2010, tentou emendar Álvaro Dias, mas Bernardo o
interrompeu de novo:— Em 2010, senador, eu estive lá em um avião da FAB,
Força Aérea Brasileira, disse o ministro.Visivelmente desapontado, o
tucano afirmou que considera seu “direito fazer ilações, em seu papel de
Oposição. O ministro retrucou: reconhece o papel da Oposição, mas não
acha correto que se faça ilações para atacar a honra alheia.”As pessoas
tem de se ater aos fatos, falar a verdade”, disse Bernardo. Ele bateu
duro naqueles que plantam notas anônimas nos jornais, valendo-se do
chamado “off”. Álvaro Dias apressou-se a dizer que não era o autor das
notas passadas aos jornalistas, mesmo sem ter sido acusado disso.O que
mais surpreendeu os presentes, contudo, foi o fato de o tucano
retirar-se antes de ouvir mais uma resposta do ministro à uma questão
que ele havia formulado. Em gesto de má educação, o senador levantou-se e
deixou a reunião sem sequer se despedir do ministro.O “mico” sobre o
uso do avião foi o segundo momento de constrangimento do senador. Antes,
Bernardo havia mostrado cópia da emenda da bancada paranaense
solicitando ao Poder Executivo a realização do Contorno da Rodovia de
Maringá. O primeiro signatário da emenda, ou seja, o autor da proposta, é
o senador Álvaro Dias.Antes que a emenda, de 2007, fosse do
conhecimento público, o senador tentava atribuir interesse na empreitada
apenas a Bernardo para fazer ilações sobre sua honra. Bernardo era
ministro do Planejamento quando os recursos orçamentários foram
liberados e a rodovia foi incluída no PAC. Acontece que isso só ocorreu
porque toda a bancada do Paraná pressionou o governo.Álvaro Dias saiu
desmoralizado da audiência. Bernardo o silenciou com a verdade. E a
mídia que serviu de mensageira das falsas notícias? Será que os
jornalistas que publicaram inverdades em “off” não deveriam perguntar a
si mesmos se as baixas vendas de jornais não estarão relacionadas a essa
persistente subserviência aos que usam o anonimato para sabotar os
fatos? Afinal, das duas, uma: ou se está a serviço dos velhacos ou ao
serviço dos leitores
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